quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Memória adjetiva

Olhares ácidos; sorrisos amargos e um cheiro de caju estragado caído no mato. De tudo, o que eu mais gostava era das folhas secas que pousavam no meio da rua, tão lindas. Lembram-me o outono, essa estação que faz tudo cair no chão. Gostava das tardes frias, do céu nublado e da chuva fina. Nunca gostei de sol quente, lantente, que chega a queimar a retina da gente. Sinto falta dos olhos cansados dos meus avós e da pele enrugada de linhas com muitas histórias escritas. Saudades do tempo em que eu não pensava na vida. Mentira! Eu sempre pensei nessa cretina. Lembrei do joelho ralado, dos 3 pontos no queixo e daquele corte no pé. É, ser criança dói. Mas só na pele, porque a alma infantil é e foi dormente e feliz. Rememorei aquele instante, aliás, todos aqueles instantes de felicidade instantânea que eu sentia no sabor do achocolatado de fim de noite. Café-da-manhã com pão, pai, mãe, irmãos, queijo, leite e margarina; como era boa a vida.

Não lembro de datas, números, quiçá nomes. Mas não esqueço, nunca, daquilo que me fez sentir feliz

Um comentário:

  1. Que bonito e bem ao estilos Bruna Guedes.
    Ain faz a gente lembrar dos momentos simples e felizes de quando éramos criança. Um alívio...sim nós vivemos aquilo!!!

    ResponderExcluir